Movimentos de mulheres e ditadura: aproximações e distanciamentos entre o MFPA e o movimento feminista
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Resumo
Esse trabalho traz um pouco de como as mulheres se articularam durante a ditadura militar brasileira, considerando como marco para essas manifestações o ano de 1975, que foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Mulher que, mesmo de maneira indireta, legitimou a atuação política das mulheres e foi responsável por uma efervescência de manifestações no Brasil. Essa excitação levou a diversas formas de organização feminina, entre elas estão o Movimento Feminino Pela Anistia (MFPA) e o Movimento Feminista. Ambos tinham o objetivo de impulsionar a atuação de mulheres na política e questionar as práticas arbitrárias do governo ditatorial. Mesmo tendo objetivos e práticas em comum não é possível classificá-los como variantes do mesmo movimento, um indício disso é a negação do feminismo por parte de Therezinha de Godoy Zerbini, uma das fundadoras do MFPA e dirigente nacional do movimento. Por isso essa pesquisa exploratória apresenta a história dos dois movimentos; aponta elementos na história de vida de Therezinha Zerbini que podem ajudar a compreender sua resistência em relação ao feminismo, prática comum a outras mulheres também; exibe os movimentos de aproximação e distanciamento entre os dois grupos; aponta as conquistas que ambos obtiveram; além de reflexões sobre as formas de abordar os estudos sobre movimentos femininos.