Psicoterapia nas plataformas digitais: os impasses entre a flexibilização do trabalho, profissão, ética e prática clínica de psicoterapeutas em atendimento a distância no Brasil

Data
2022
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Editor
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)

Resumo

O presente trabalho tem como propósito analisar os impactos dos fenômenos de flexibilização e de plataformização do trabalho no expediente de psicoterapeutas, partindo dos contextos de crise econômica mundial, reestruturação do capitalismo e regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil. Tais movimentos, portanto, são observados a partir de fins da década de 1960. O trabalho ainda busca articular as mudanças no sistema produtivo com a organização e o desenvolvimento da profissão nos últimos cinquenta anos. Presta-se a formular melhor entendimento das bases que antecederam a consolidação de tecnologias e meios que, após o ano de 2015, acarretaram no surgimento dos serviços de atendimento psicoterápico sob demanda, ofertados por plataformas digitais. Pretende investigar características da precarização laboral digital e de procedimentos recorrentes no Capitalismo Plataforma, capazes de interferir no expediente e nas prescrições aos profissionais da clínica psicoterápica. Recorre à revisão bibliográfica sobre o tema e ao levantamento de instrumentos legais que orientam profissionais (Código de Ética e Resoluções) e amparam empresas que operam por meio destas tecnologias (Termos de Uso e Políticas de Privacidade). Considera as contradições entre as imposições colocadas pelas detentoras dos meios digitais e as recomendações feitas aos terapeutas, através de suas entidades representativas. Assim sendo, conclui que tais limites poderiam ser superados com a mobilização dos profissionais (a despeito de sua caracterização como autônomos), de modo a exigirem oportunidades condizentes com as práticas da clínica tradicional.


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