O presente trabalho teve como objetivo analisar a violência de gênero contra mulheres nos espaços públicos, focalizando a influência da concepção urbana e da arquitetura na marginalização desses grupos. A metodologia empregada baseou-se em uma revisão bibliográfica abrangente e na análise de dados provenientes de pesquisas relevantes. As discussões realizadas destacaram como o espaço público é concebido predominantemente a partir de uma perspectiva masculina, branca e cisgênera, resultando na exclusão das mulheres cisgênero e transexuais. A falta de representatividade feminina nas instâncias decisórias do urbanismo também foi enfatizada, o que influencia negativamente a participação e a voz das mulheres na concepção e uso da cidade. Além disso, o trabalho ressaltou a insegurança e a violência enfrentadas pelas mulheres diariamente nas ruas, tendo em vista fatores arquitetônicos, urbanísticos e culturais. A falta de iluminação, policiamento insuficiente e o abandono de espaços públicos foram apontados como elementos que contribuem para o sentimento de medo e vulnerabilidade experimentados pelas mulheres. O impacto da exclusão social e da transfobia nas mulheres transexuais também foi discutido, destacando o alto índice de violência a que estão expostas, muitas vezes forçadas a recorrer à prostituição como meio de sobrevivência, o que as coloca em maior risco de violência. O trabalho concluiu que a luta contra a violência de gênero nos espaços públicos requer a implementação de políticas urbanísticas e sociais mais inclusivas, que reconheçam as necessidades e perspectivas das mulheres e dos grupos marginalizados, buscando transformações estruturais na sociedade para superar as bases patriarcais e excludentes que perpetuam tais violências.