O trabalho em grupo como metodologia possível para desenvolver competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Data
2022-09-10
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)

Resumo

Num mundo de mudanças constantes, os professores têm precisado avaliar continuamente suas metodologias de ensino e sua adequação às necessidades e realidades da sua sala de aula, descartando as que não atingem seu público, adequando aquelas que atingem parcialmente e implementando metodologias que alcancem mais alunos. O trabalho em grupo e outras metodologias de ensino colaborativo fazem parte dos diferentes tipos de metodologias que muitos professores utilizam. No entanto, nem sempre o trabalho em grupo atinge seus objetivos de ensino, dados os problemas que surgem em algumas turmas e a dificuldade de administrar algumas atividades. Então por que algumas turmas e/ou alguns grupos trabalham melhor do que outros, elaborando um produto final de melhor qualidade? Por que algumas atividades de trabalho em grupo são mais bem-sucedidas do que outras? É possível elaborar tarefas de trabalho em grupo que resultem em aprendizagem e bons produtos finais em qualquer componente curricular, inclusive Matemática? E isso mesmo em turmas heterogêneas com grande diversidade em todos os sentidos? Elizabeth Cohen e Rachel Lotan respondem a cada uma dessas perguntas, explicando os motivos pelos quais algumas tarefas de trabalho em grupo são um completo fracasso para alguns alunos. Elas também afirmam que é possível elaborar tais tarefas de trabalho em grupo em turmas heterogêneas com bons resultados, tanto no produto final apresentado pelos alunos quanto em outros aspectos. De fato, a metodologia de Trabalho em grupo desenvolvida por elas apresenta os princípios necessários para elaborar tarefas que engajem mais os alunos em turmas heterogêneas em um aprendizado ativo, inclusive aqueles que apresentam dificuldade no componente curricular, sem prejudicar o progresso dos alunos que já possuem níveis adequados de aprendizagem. Além disso, ao compararmos os princípios e possibilidades dessa metodologia com as concepções da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), percebemos que há muitos pontos de acordo. Também, quando analisamos essa metodologia de trabalho em grupo junto a cada uma das competências gerais da BNCC, percebemos que ela permite desenvolver cada uma delas, sem exceção. E visto que permite trabalhar todas as competências gerais, também permite trabalhar as competências socioemocionais que estão incluídas nelas. Para a área de Matemática, o trabalho em grupo de Elizabeth Cohen e Rachel Lotan permite trabalhar cada uma de suas competências específicas, seja para o Ensino Fundamental, seja para o Ensino Médio. Em vez de precisar desenvolver atividades que trabalhem separadamente as competências específicas da Matemática e as socioemocionais, essa metodologia permite que os alunos trabalhem várias competências socioemocionais enquanto se debruçam sobre tarefas que podem englobar mais de uma habilidade específica desse componente curricular. Portanto, visto que com a implantação da BNCC há a necessidade de proporcionar aos alunos oportunidades de desenvolver não apenas as competências gerais e específicas de seu componente curricular, mas também as competências socioemocionais, esta metodologia apresenta-se como forte aliada do professor para atingir os objetivos de aprendizagem enquanto recupera as defasagens e proporciona oportunidades de aprofundar o conhecimento de seus alunos.


Descrição
Palavras-chave
Citação