Ocupações estudantis: um estudo psicopolítico sobre movimentos paulistas de 2015 e 2016

dc.contributor.advisorSandoval, Salvador
dc.contributor.authorRosa, Leandro
dc.contributor.refereeSawaia , Bader
dc.contributor.refereeSegurado, Rosemary
dc.contributor.refereeSilva, Ana Paula
dc.contributor.refereeHur, Domenico
dc.date.accessioned2024-07-25T22:40:00Z
dc.date.available2024-07-25T22:40:00Z
dc.date.issued2019
dc.description.abstractEste trabalho objetivou analisar o processo de práxis política de estudantes que participaram de ocupações escolares no estado de São Paulo em 2015 e 2016. As ocupações de 2015 se deram em oposição à proposta de reorganização escolar elaborada pelo governo estadual. O movimento nacional de 2016 possuía, como principais reivindicações, a rejeição à PEC 241 e à Reforma do Ensino Médio (MP 746). As ocupações se caracterizaram por formas horizontais e autônomas de organização. Para gerir o espaço, os estudantes organizavam-se em comissões: comunicação, limpeza, alimentação, segurança, etc. As decisões eram tomadas coletivamente e não havia lideranças instituídas. A vinculação entre atividades de formação, culturais e artísticas foi uma forte marca do movimento. Os participantes da pesquisa são das cidades de São Paulo (SP), Ribeirão Preto (SP), Barretos (SP) e Catanduva (SP). O corpus empírico foi construído junto a dezenove (19) jovens que participaram de ocupações estudantis, além de quatro (4) docentes e um (1) funcionário técnico administrativo do IF Catanduva. A ocupação de Catanduva (SP) compõe a maior parte do corpus. Os instrumentos utilizados na produção do material empírico foram entrevistas semiestruturadas, grupos focais e observações participantes. A análise do corpus teve a práxis política como categoria estruturante. Tal categoria é entendida a partir da articulação entre a psicologia histórico-cultural e o pensamento de Gramsci. A articulação entre os referenciais gramsciano e vigotskiano busca abordar a práxis política de maneira complexa, considerando de forma não dicotômica suas esferas macro e microssociais. A análise do corpus é organizada a partir de três dimensões indissociáveis: práxis política; potência de agir; aprendizado e desenvolvimento. A práxis política dos alunos tocou níveis macrossociais no que se referia a algumas de suas reivindicações finais, mas também atuou em níveis microssociais. A partir das ocupações, as rígidas hierarquias entre professores e estudantes foram questionadas; as relações de poder dentro das instituições se transformaram. São relatados vários desgastes físicos e mentais sofridos pelos estudantes durante os movimentos. Desde noites mal dormidas até violências – simbólicas principalmente, mas também físicas – perpetradas por opositores - colegas, professores, gestores, pais e policiais -, que geraram ataques à potência de agir e à saúde dos jovens. No entanto, mesmo diante de tais situações, foi possível criar espaços nos quais bons encontros eram produzidos: conversas, oficinas, brincadeiras, confraternizações, vitórias políticas, etc. Os estudantes organizaram diversos momentos de formação nas escolas ocupadas: debates, palestras, oficinas entre outras. Os jovens contam que as relações nas quais estavam imersos durante as ocupações foram fundamentais para mudanças em suas formas de pensar, sentir e agir. Aparentemente, mais do que o ensino de determinado conteúdo formal, as relações concretas propiciadas pelos movimentos possibilitaram o desenvolvimento desses estudantes em esferas significativas de suas vidas. As ocupações criaram ambientes – físicos e sociais - que favoreceram o aumento de potência de agir, democratização psicossocial e práxis política multitudinária. Um ambiente com tais características será denominado como campo de potência‖. Pretende-se que tal conceito passa ser útil em análises e práticas psicopolíticas em contextos diversos.
dc.description.abstract2This work aimed to analyze the process of political praxis of students who participated in school occupations in the state of São Paulo in 2015 and 2016. The occupations of 2015 were in opposition to the proposal of school reorganization elaborated by the state government. The national movement of 2016 had as its main claims the rejection of PEC 241 and the Reform of Secondary Education (MP 746). Horizontal and autonomous forms of organization characterized the occupations. To manage the space, the students organized themselves in commissions: communication, cleaning, food, security, etc. Decisions were taken collectively and there were no established leaderships. The link between formation, cultural and artistic activities was a strong mark of the movement. The research participants are from the cities of São Paulo (SP), Ribeirão Preto (SP), Barretos (SP) and Catanduva (SP). The empirical corpus was constructed with nineteen (19) young people who participated in student occupations, in addition to four (4) teachers and one (1) technical administrative officer of IF Catanduva. The occupation of Catanduva (SP) composes most of the corpus. The instruments used in the production of the empirical material were semi-structured interviews, focus groups and participant observations. The analysis of the corpus had political praxis as a structuring category. This category is understood from the articulation between historical-cultural psychology and Gramsci's thought. The articulation between the Gramscian and the Vygotskian references seeks to approach political praxis in a complex way, considering in a non-dichotomous way its macro and microssocial spheres. The analysis of the corpus is organized from three inseparable dimensions: political praxis; power of acting; learning and development. The political praxis of the students touched macro-social levels with regard to some of their final claims, but also acted on micro-social levels. Since the occupations, the rigid hierarchies between teachers and students were questioned; the relations of power within the institutions have changed. Several physical and mental wears suffered by the students during the movements are reported. From sleepless nights to violence - symbolic mainly, but also physical - perpetrated by opponents - colleagues, teachers, managers, parents and police - have generated attacks on the power of acting and the health of young people. However, even in such situations, it was possible to create spaces in which good encounters were produced: conversations, workshops, plays, social gatherings, political victories, etc. The students organized various moments of formation in the occupied schools: debates, lectures, workshops among others. The young people told that the relationships in which they were immersed during the occupations were fundamental for changes in their ways of thinking, feeling and acting. Apparently, rather than the teaching of a certain formal content, the concrete relations propitiated by the movements made possible the development of these students in significant spheres of their lives. The occupations created environments - physical and social - that favored the increase of power of acting, psychosocial democratization and multitudinous political praxis. An environment with these characteristics will be referred to as "potency field". It is intended that such concept becomes useful in psycho- political analyzes and practices in diverse contexts.
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.identifier.bibliographicCitationROSA, Leandro Amorim. Ocupações estudantis: um estudo psicopolítico sobre movimentos paulistas de 2015 e 2016. 2019. 278 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo - SP, 2019.
dc.identifier.urihttps://tede2.pucsp.br/handle/handle/22216
dc.identifier21740739616502957
dc.publisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
dc.publisher.campiCATANDUVA
dc.publisher.programPrograma de estudos pós-graduados em psicologia social
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilen
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
dc.subject.keywordsParticipação política
dc.subject.keywordsMovimento estudantil
dc.subject.keywordsSubjetividade
dc.subject.keywordsPsicologia política
dc.subject.keywordsMovimento social
dc.subject.keywordsPolitical participation
dc.subject.keywordsStudent movement
dc.subject.keywordsSubjectivity
dc.subject.keywordsPolitical psychology
dc.subject.keywordsSocial movement
dc.titleOcupações estudantis: um estudo psicopolítico sobre movimentos paulistas de 2015 e 2016
dc.title.alternativeStudent Occupations: A Psychopolitical Study of São Paulo Movements in 2015 and 2016
dc.typeTeses e Dissertações
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