Este trabalho estuda a transformação do espaço urbano da cidade de São Paulo na virada do século XIX para o século XX, mais precisamente entre os anos de 1886 e 1945. Busca evidenciar os meios de exclusão social encobertos por práticas e instrumentos de organização, saneamento e modernização do espaço urbano. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica e pesquisa documental. Em seu desenvolvimento, mostra um panorama dos fatores que incentivaram o crescimento paulistano e suas consequências sobre o espaço da cidade. Em seguida, analisa o pensamento urbanístico da época de inspiração higienista, buscando apreender o modelo de cidade desejado para São Paulo. Após isso, estuda três formas de atuação de grupos sociais com poderes de intervenção sobre a cidade: legislação urbanística, construção de vilas operárias e planos urbanos. Em suas considerações finais, observa que em cada uma das ações estudadas, ocorre a valorização das áreas centrais para satisfação das elites, enquanto as camadas populares são afastadas para as regiões periféricas e precárias em infraestrutura. Como isso, conclui que as ações estudadas foram cruciais para a conformação de uma estrutura urbana excludente e reprodutora de desigualdades socioeconômicas.