Este trabalho buscou compreender a influência do conhecimento prévio na aprendizagem de conceitos físicos que envolvem a ideia de energia. Ao analisarmos o conceito de energia historicamente, conseguimos localizar quatro importantes obstáculos: a confusão existente entre os conceitos de força e energia; a fraca utilização de um princípio de conservação para explicação de determinados fenômenos; restrição da compreensão do conceito à sua dimensão de movimento e a materialização ou substancialização da energia. Uma vez identificados estes obstáculos históricos, houve o desenvolvimento de um questionário qualitativo, que, posteriormente, foi aplicado um questionário aos alunos do 1° e 2° ano do Ensino Médio e acadêmicos de Engenharia Civil e Licenciatura em Física, todos do IFSP – campus Caraguatatuba, com a finalidade de investigar se estes mesmos obstáculos estão presentes nas estruturas cognitivas dos alunos em forma de concepções alternativas. Os resultados foram analisados tendo por base a análise de conteúdo de Laurence Bardin e concluiu-se que, dentre os 65 alunos avaliados: 52 interpretam a energia como não conservativa; 46 não distinguem força de energia; 40 qualificam a energia como algo substancial e 32 a associam somente ao movimento. Verificou-se também uma similaridade entre as concepções encontradas e as dificuldades históricas enfrentadas. Sendo assim, este trabalho buscou as seguintes contribuições para o Ensino de Ciências: a caracterização de conhecimentos prévios como dificultadores da aprendizagem e a correlação teórica entre a aprendizagem significativa e os obstáculos epistemológicos.