Desenvolvimento e validação de método de análise alternativo para determinação de fósforo em biodiesel por espectrofotometria de absorção molecular na região do UV-VIS
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RESUMO O biodiesel é apontado como uma fonte alternativa de energia e um dos biocombustíveis em crescente uso no mercado brasileiro. Visando menores emissões de material particulados e a combustão eficiente do biodiesel, o teor de fósforo consta como um dos parâmetros de qualidade e estava limitado a 10 mg kg-1, sendo reduzido para 3 mg kg-1 em julho de 2024. Presente na forma de fosfolipídeos, o fósforo provém da matéria prima do biodiesel (óleos vegetais ou gordura animal), sendo a sua remoção necessária previamente à reação de transesterificação, a qual ocorre na presença de um álcool simples e um catalisador ácido, básico ou enzimático. O método de determinação de fósforo recomendado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Brasil envolve a diluição com solvente orgânico e posterior determinação por espectrometria de emissão ótica com plasma acoplado indutivamente. A espectrofotometria de absorção molecular na região do ultravioleta visível (UV-Vis) tem sido apontada como técnica alternativa para a determinação de fósforo na forma do complexo azul de fosfomolibdênio em diversas matrizes, dentre elas o biodiesel. Este estudo teve como objetivo validar um método de análise alternativo para determinação de fósforo em biodiesel comparando o uso de diferentes cadinhos (porcelana e quartzo) para a abertura da amostra via calcinação para posterior formação do complexo azul de fosfomolibdênio obtido a partir da reação com molibdato de amônio, uso de bismuto como catalisador e ácido ascórbico (2 %) como agente redutor. A validação do método foi realizada com o estudo da adição e recuperação com três níveis de fortificação de fósforo (5 mg kg-1, 10 mg kg-1 e 15 mg kg-1) em três dias diferentes e quantificação empregando método de adição múltipla de padrão para compensar o efeito matriz. Porcentagem de recuperação variou entre 83,2 e 102,2 %, com valores de repetibilidade e precisão intermediária ≤ 6,3 % e ≤ 7,8%, respectivamente para a condição utilizando cadinho de quartzo, demonstrando assim a exatidão e precisão do método para o intervalo de trabalho estudado. Resultados satisfatórios foram obtidos usando os cadinhos de porcelana (% recuperação entre 84,4-116,4 %), entretanto, maior variação foi observada para a precisão intermediária (5,4-24,2 %). Empregando teste de Kruskall-Wallis, com post-hoc de Dunn, confirmou-se a igualdade das medianas dos resultados obtidos nos diferentes dias apenas para o cadinho de quartzo para os três níveis de fortificação (p > 0,05). Limites de detecção e quantificação para o método proposto com uso do cadinho de quartzo são 0,2 e 0,7 mg kg-1, respectivamente.