O processo educacional em estado mínimo: imersão no cotidiano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (2008-2020)
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Resumo
A pesquisa tem como objetivo analisar o processo educacional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, mais especificamente do Câmpus Catanduva, em seus primeiros anos de existência(s) e resistência(s). O foco desta tese está na tensão situada entre a macropolítica e a micropolítica, entre o plano das intencionalidades e o seu desenvolvimento, bem como, na tensão entre a velha e a nova institucionalidade; na captura desses entremeios, o cotidiano ganhou centralidade. No referencial teórico utilizado, destaca-se Pierre Bourdieu e seus conceitos de violência simbólica, habitus e campo, junto à compreensão de que os indivíduos interiorizam a exterioridade e exteriorizam a interioridade num processo contínuo e inacabado. Para construção desta tese também foram estudados autores críticos ao neoliberalismo que dialogam com a teoria bourdeusiana. Em termos metodológicos, a pesquisa de abordagem qualitativa se valeu de dispositivos analíticos advindos da cartografia social, destacando-se a prática do diarismo e a pesquisa documental. Os Institutos Federais são apresentados enquanto política focal de educação profissional pública em contexto de Estado Mínimo. Os recursos orçamentários insuficientes, associado ao fato de não termos de pronto profissionais politicamente engajados na proposta, fazem com que o projeto dito revolucionário ainda não tenha alcançado seus objetivos e finalidades. O currículo escrito dos cursos analisados mostra que o IFSP se coloca a serviço do mercado a despeito de um trabalho que se volte para a melhoria das condições da população como um todo. Em relação à análise do cotidiano institucional, fica evidenciado que o IFSP absorve uma lógica economicista e se apresenta como sendo flexível e de amplas oportunidades. No entanto, servidores e estudantes revelam um trabalho humano intensificado e fragmentado. Em termos propositivos são apresentados novos processos de subjetivação e um trabalho mais horizontalizado com as comunidades locais.