Um teatro de metamorfoses: Philippe Genty entre o humano e o inanimado
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Resumo
A presente pesquisa se estrutura por dois eixos principais. O primeiro se orienta pela análise dos processos de transformações das dramaturgias da companhia Philippe Genty, especialmente a partir da década de 1980. Esse momento foi marcado por mudanças nos processos criativos do grupo, desencadeadas com a inserção do humano na cena como parceiro de jogo do inanimado; com a investigação do corpo, do movimento e de suportes expressivos como o papel e o plástico; com a ressignificação artística de ideias psicanalíticas, possibilitando à Genty desenvolver dramaturgias fincadas na memória, no sonho e nas suas experiências de vida; além do desenvolvimento de novas técnicas cênicas e de novas relações de Philippe Genty e Mary Underwood com as suas criações. O segundo eixo se norteia pelas mudanças acarretadas, a partir de então, na poética da Companhia, que passou a se orientar, cada vez mais, pelos jogos de ilusões capazes de tornar visivelmente possíveis situações insólitas, e pelas dicotomias que nascem do encontro entre o humano e o inumano. O teatro gentyniano desenvolveu-se na direção de um teatro de constantes metamorfoses visuais, que desafia as convenções espaciais, gravitacionais e volumétricas e que amiudadamente coloca o espectador diante de encadeamentos de imagens incomuns e impossíveis.