Estudos sobre o relacionamento entre estrutura de capital e setor

Data
2018
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Universidade de São Paulo (USP)

Resumo

Esta tese é composta por três artigos que exploram a relação entre estrutura de capital e o setor. A literatura traz evidências que as firmas consideram as ações e decisões de seus pares competidores para tomar suas próprias decisões e que dentro deste ambiente elas podem ter estruturas de capital homogêneas. O objetivo geral é encontrar evidências que fatores relacionados ao setor são relevantes na determinação da estrutura de capital das firmas brasileiras. A contribuição está na busca pelos motivos que explicam esta influência e se os padrões do setor são importantes para as empresas brasileiras, como têm se mostrado para dados de empresas americanas. Esta tese se justifica por contribuir diretamente com as pesquisas que buscam avançar na compreensão de como os fatores relacionados ao setor vão afetar a estrutura de capital das firmas, sem desconsiderar os fatores internos. O primeiro capítulo é um artigo teórico que revisa os artigos publicados sobre o papel do endividamento nas relações intrasetor, competição e Organização Industrial. A relação da alavancagem com desempenho e sobrevivência é um dos temas principais. Os estudos revisados mostram que muitas vezes a firma endividada vai ter pior desempenho no mercado devido ao comportamento predatório das rivais. Não há consenso sobre o comportamento da firma endividada, existem autores que acreditam no comportamento mais agressivo, outros no comportamento mais conservador, assim como a falência de uma firma no setor pode trazer resultados positivos ou negativos para as demais. O segundo capítulo é um artigo empírico que utiliza as alterações de IPI realizadas pelo governo brasileiro como choques exógenos na relação entre alavancagem da firma e do setor. Foram utilizados dados de empresas brasileiras entre 2007-2015. O modelo econométrico utilizado foi o diff-in-diff-in-diff. Os resultados mostram uma relação positiva entre a alavancagem média do setor e da firma, relação esta que se mantém para o grupo de tratamento após a inclusão do choque exógeno de redução do IPI no modelo. Estes resultados se alinham com trabalhos que colocam o setor no centro dos aspectos influenciadores da estrutura de capital da firma. O terceiro e último capítulo também é um artigo empírico onde, em um modelo de ajustamento parcial, a relação entre oportunidades de crescimento de uma firma, quando maiores que as oportunidades de crescimento do setor, vão representar possíveis choques exógenos idiossincráticos recebidos por ela. Foram utilizados dados de empresas brasileiras entre 1995-2016. Os resultados principais confirmam que existe uma relação negativa, se há aumento da razão das oportunidades de crescimento da firma i em relação às oportunidades de crescimento do seu setor j, seus indicadores de alavancagem serão reduzidos, se houver queda na razão das oportunidades de crescimento, haverá aumento da alavancagem. Estes resultados estão ligados a trabalhos que afirmam que empresas com maiores oportunidades de investimento são mais eficientes, tem maior lucratividade e vão procurar manter níveis mais baixos de alavancagem e à Teoria da Agência quando demonstra que as firmas com baixas oportunidades de investimento usam o aumento da dívida como forma de controle dos gerentes.


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