A percepção e a atuação de aprendizes em relação à autonomia em curso de inglês para propósitos acadêmicos no contexto do programa idiomas sem fronteiras
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Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar a percepção e a atuação de aprendizes em relação à autonomia em um curso de Inglês para Propósitos Acadêmicos (IPA) com foco na habilidade escrita (redação acadêmica) a partir de compreensão de seus papéis e responsabilidades, bem como papéis e responsabilidades de professores e do material didático. Tais compreensões são imperativas quando pensado o desenvolvimento da autonomia do aprendiz no processo de ensino-aprendizagem de línguas para além da sala de aula, sobretudo quando se almeja a participação efetiva na comunidade discursiva científica à qual esse aprendiz-pesquisador é afiliado ou pretende filiar-se. Para tanto, esta pesquisa fundamenta-se nas teorias de Inglês para Propósitos Específicos (ROBINSON, 1991; HUTCHINSON e WATERS, 2006; DUDLEY-EVANS e ST. JOHN, 2010) e sua vertente Inglês para Propósitos Acadêmicos (FLOWERDEW e PEACOCK, 2001, HYLAND, 2006; JORDAN, 2012), bem como nas teorias de Autonomia (BENSON, 2006; 2011; LITTLE, 1991; 1995) e de Material Didático (TOMLINSON, 2012, 2014; HARWOOD 2005, 2010, 2014; RICHARDS 2001, 2014). Adota-se como natureza metodológica o estudo de caso, orientado pelo paradigma qualitativo de pesquisa, cujos dados foram coletados a partir de questionário semiestruturado, observação de aulas e entrevistas. O contexto para coleta de registro foi um curso de redação acadêmica em língua inglesa oferecido pelo programa Idiomas sem Fronteiras (IsF) em uma de suas universidades parceiras. A análise de dados revela que para haver o fomento da autonomia do aprendiz em cursos de Inglês para Propósitos Acadêmicos é necessário o trabalho colaborativo entre professores e aprendizes, sugerindo o redimensionamento de seus papéis, evidenciando i) a tomada de responsabilidades dos aprendizes no processo de ensino-aprendizagem a partir do engajamento ativo e reflexão sobre tal processo, e ii) a prática docente voltada para a orientação e inclusão dos aprendizes nas escolhas que os envolvem. Os resultados indicam a relevância no sentido de que cursos cujo foco seja o ensino de Inglês para Propósitos Acadêmicos sejam pensados de modo a sensibilizar aprendizes para os conceitos de gênero acadêmico e comunidade discursiva, focando na reflexão orientada sobre o uso informado da língua para atingir um propósito comunicativo compartilhado pela comunidade discursiva, assim como a consideração dos materiais didáticos como recurso essencial para o desenvolvimento da autonomia do aprendiz. Para pesquisas futuras ressaltamos a importância de maior atenção à autonomia do professor, desde sua formação inicial, em virtude da íntima relação entre a autonomia do professor e a autonomia do aprendiz.