Para além do “EVA VIU A UVA”: o colher e o semear sobre o caráter político-pedagógico e o trabalho socioeducativo de assistentes sociais

Data
2024-04-17
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Editor
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Resumo

Esta tese integra e aprofunda a análise sobre o caráter político-pedagógico e o trabalho socioeducativo de assistentes sociais, considerando sua materialização junto à comunidade acadêmica, mediante o tensionamento dos diferentes projetos de educação a partir da experiência de membras do Coletivo de Assistentes Sociais do IFSP. Nesse sentido, foi necessário identificar as implicações, conflitos e influências das contraditórias concepções e projetos de educação que repercutem nas condições de trabalho de assistentes sociais e em sua inter-relação com as/os demais sujeitas/os históricas/os envolvidas/os no processo educativo. Bem como contribuir para a sistematização e análise do trabalho de assistentes sociais do Coletivo de Assistentes Sociais do IFSP, com enfoque nas particularidades do caráter políticopedagógico e do trabalho socioeducativo. Além de identificar a relação dialética entre assistente social e a comunidade acadêmica no exercício de sua dimensão educativa inerente à profissão; e, por último, contribuir para a análise das potencialidades do trabalho socioeducativo na política de educação, pensado a partir dos eixos de atuação e do horizonte das atividades emancipatórias, bem como dos desafios para sua realização. Ou seja, esta pesquisa lança-se no desafio de compreender o que é o político-pedagógico da profissão, que prática educativa está entranhada em nós e o que de fato ousamos de ineditismo no trabalho socioeducativo por parte das profissionais de referência que integram o referido Coletivo. O percurso da pesquisa de abordagem qualitativa foi desenvolvido com base no processo de sistematização de experiências, associado ao uso do memorial como recurso metodológico junto às assistentes sociais de referência. Contamos também com a participação de estudantes egressas/os para contribuir, a partir do memorial de suas experiências de vida e acadêmica, não estritamente relacionadas à interação com as assistentes sociais, mas contando com aspectos importantes das memórias elaboradas para construir ou legitimar parte da caracterização desse complexo campo de trabalho que é a educação profissional e tecnológica; um espaço que reproduz valores, culturas, conflitos, expressões da questão social. Evidenciamos que as condições objetivas experienciadas têm marcado a materialidade do trabalho e afetado o sentido e/ou as condições de efetivação do projeto profissional, ao mesmo tempo em que sofremos os constrangimentos e adoecimentos de nossa condição assalariada, intensificada pelos processos gerencialistas e burocratizantes no processamento do trabalho. Não obstante, o Coletivo tem potencial de gerar acolhida para as/os profissionais e de catalisar as forças nos processos de resistências, no exercício do caráter político-pedagógico e na materialização do trabalho socioeducativo, marcado por inéditos viáveis nas atividades educativas emancipatórias e contra-hegemônicas.


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