Navegando por Autor "Teruzzi, Alessandro Emilio"
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- ItemEnsino da matemática e a Pedagogia de Paulo Freire: olhares oblíquos por uma educação matemática emancipadora(Universidade de São Paulo (USP), 2023-03-21) Teruzzi, Alessandro Emilio; Santos, Vinicio de Macedo; Giorgi, Cristiano Amaral Garboggini d; Lima, Wanessa Aparecida Trevizan de; Moura, Manoel Oriosvaldo de; Valle, Júlio César Augusto doMesmo diante do reconhecimento mundial de Paulo Freire na academia e nas lutas dos movimentos populares, ainda existe uma defasagem na contribuição das suas ideias no campo da educação matemática. Assim, esta pesquisa de cunho teórico articula algumas ideias fundamentais presentes nos escritos de Freire, principalmente na obra "Pedagogia do oprimido", com conceitos da educação matemática: a concepção do ser humano como entidade inacabada, em busca de ser mais; a relação dialética entre teoria e prática (práxis); as dimensões dialógicas e fundamentalmente democráticas do processo educativo; a crítica à educação bancária; a dinâmica e o significado do tema gerador; as dimensões interligadas à figura do professor; a interconexão entre os processos educativo e revolucionário; e a análise dialética dos processos e relações no mundo e, em particular, nas práticas educativas. A presente reflexão busca compreender, a partir de um olhar oblíquo que ilumine lugares periféricos e não convencionais, as relações entre a epistemologia matemática e a dinâmica professor-aluno, utilizando elementos da filosofia, historiografia, sociologia (principalmente a crítica e a pragmática), psicologia e sociolinguística. Analisa-se a importância do frame e do mito na orientação do significado do discurso sobre a concepção da matemática e do papel dos alunos. Inspirado no humanismo engajado de Paulo Freire, propõe-se uma abordagem humanista e dialética da matemática como produção social, sujeita às contradições das sociedades que a produziram e difundem. Questiona-se a possibilidade de a matemática ser compreendida como uma experiência democrática, bem como o significado de analisá-la sob as categorias políticas de esquerda e direita. Neste contexto, defende-se a necessidade de promover uma dimensão democrática e dialogante no ensino da matemática, ecoando a importância da dimensão dialógica de Paulo Freire. A perspectiva da sociologia pragmática é utilizada para argumentar a relevância da fala do aluno (o ator em ação e/ou em situação crítica) na construção do ambiente da sala de aula e das próprias ideias matemáticas. Discute-se a dimensão violenta do ensino da matemática, tanto no âmbito simbólico quanto socioeconômico, e como tal violência relaciona-se à ideia de educação bancária. Estas questões são colocadas em constante disputa e em tensão dialética com as dimensões libertadoras da educação. A reflexão da sociolinguística é empregada para destacar a negação e o silenciamento da norma linguística popular falada por grupos oprimidos, em relação à norma culta da língua defendida e utilizada por opressores. Considera-se que a história da matemática é um recurso valioso, especialmente sob a perspectiva de Walter Benjamin, que convida a "escovar a contrapelo" a história devido às ações de silenciamento e espoliação perpetradas pelos opressores sobre os objetos matemáticos. A fim de articular os temas geradores com as atividades matemáticas, investiga-se a necessidade de encarar a matemática não somente como uma ferramenta para solucionar problemas, mas como uma dimensão do ser humano, em que o humano a (re)cria e a utiliza para discutir as grandes questões da vida. Por fim, estas ideias e perspectivas são articuladas em três situações concretas.
- ItemNovo ensino médio: a experiência da implementação na rede pública estadual de São Paulo(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), 2023-08-09) Perucci, Ronan César; Castro, Moacir Silva de; Teruzzi, Alessandro Emilio; Santos Júnior, Valdir Donizete dosA Lei nº 13.415/2017 promoveu alterações estruturais na etapa final da educação básica, configurando-a com uma nova arquitetura, conhecida como Novo Ensino Médio (NEM). Partindo da educação enquanto direito fundamental de todas as pessoas, e reconhecidos os desafios históricos enfrentados pelo ensino médio, este estudo se propõe a conhecer as principais alterações promovidas pela referida lei, o processo de implementação do NEM na rede pública estadual paulista e as críticas destinadas a esse novo modelo, de modo a analisar se sua implementação tem apresentado êxito na rede pública do Estado mais rico do país. Considerando o caráter atual e controverso dessa reforma, o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos é bastante propício para elucidar a sociedade e ampliar o arcabouço científico sobre o tema, e ainda, contribuir com o aperfeiçoamento das políticas públicas educacionais. Nessa perspectiva, o presente estudo faz uso da revisão de literatura, de atos legais e normativos, de documentos e pesquisas importantes para a educação brasileira, e de publicações acadêmicas recentes sobre o NEM. Como resultado, mostra que a reforma do ensino médio se encontra descredibilizada e sem avanços na rede pública do Estado de São Paulo, dados a falta de gestão democrática e participativa no seu processo de elaboração, o período pandêmico concomitante ao período de início da implementação, a instabilidade no Ministério da Educação (MEC) durante o último Governo Federal, a redução orçamentária abrupta para a área da educação e a mobilização pela sua revogação por setores da sociedade. Conclui que se faz necessária uma revisão do NEM, com amplo processo de escuta dos diversos setores da sociedade, para que de fato se construa e se institucionalize uma reforma capaz de transformar a realidade do ensino médio no Brasil.